terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Caril de frango ou de qualquer outra coisa, mas acima de tudo caril

Eu sou mais é bolos !
Mas ... Um dia, estava quase para ir viver sozinha, a minha mãe perguntou-me se queria aprender receitas basicas, para variar dos cereais, batatas fritas e pizzas ao jantar (onde é que ela tirou esta ideia ???!!) e eu fui logo buscar arroz e ovos, para aprender a fazer, yeah, You guess it : ovos mexidos com arroz. E vai a minha mãe e ensina-me a fazer o caril dela.
Esta receita vem mais uma vez importada de Moçambique... que a importou antes da India, of course ...

Easy, fast e divinal, ia caindo para o lado.
Afinal podia ter saido de casa dos meus pais aos 15 anos !!!

1 frango cortado aos bocadinhos, sem pele
1 cebola média cortada aos bocadinhos
1 folha de louro
2 dentes de alho
1 pouco de oleo + 1 cubo de margarina
Sal qb
1 tomate cortado aos bocadinhos

Faz-se refogado com oleo e cebola até esta alourar, junta-se o alho, o louro, o tomate e o sal e deixa-se ferver muito pouco tempo. Junta-se o frango, mexe-se e acrescenta-se 500 ml de leite de coco.
Deixa-se refogar. Acrescentar a tempura de caril.
Apagar o lume (sim, comigo é preciso dizer TUDO!)

Eu gosto de caril picante qb, mas cada um escolhe a tempura que quer e a quantidade que quer, às vezes é so um bocadinho para dar um saborzinho e mesmo assim fica BOM !

O melhor caril é o de camarão, na minha muito objectiva opinião, mas não encontrei o que queria, tem que ser grande (porque encolhe), descascado e de preferência de Moçambique.

Uma vez para me armar em esperta com a minha avo Ai levei-a à Bica do Sapato, para ela ver que agora também se fazem coisas boas. Lixei-me porque estava um barco atracado ao pé que estava a fazer obras e era um barulho que não se podia. A minha avo pediu caril de gambas, para ver se era tão bom como o nosso (este) e no fim até quis ser simpatica e disse que o caril até estava bonzinho e podemos ir embora agora ?? ... deve ter pensado que a levei à chafarica da esquina...

sábado, 23 de janeiro de 2010

Salame de chocolate para domingos chuvosos


La em casa faziamos salame de chocolate aos domingos em duas ocasiões, quando chovia e quando estava quase a chover. E gostavamos tanto disto que às vezes o metiamos no congelador (deve ser no frigorifico) para que ficasse pronto mais depressa. E queriamos tanto comer rapidamene que às vezes nem tinhamos tempo para o tirar do aluminio como deve ser, o que dava um sabor metalico ao pobre salame - Atenção : isto não é para repetir em vossa casa ! E eramos tão salvagicamente gulosos que o comiamos à dentada.
Uma geração depois, espero que os habitos salamicos se tenham refinado. Este salame vai ser servido cortadinho e fininho !!

Ao ataque !

3/4 pacote bolacha Maria (originalmente era para ser o pacote inteiro, mas tive que "pagar" aos ajundantes auto-voluntarios)
50 gr de suspiros ou beijinhos
Cortar tudo aos bocados, mas atenção não demasiado pequenos, não queremos que tudo se transforme em po.

100 gr chocolate de pasteleiro (para fazer mousse)
100 gr de manteiga
Derrete-se no microondas

2 ovos (ligeiramente batidos)
150 gr açucar
50 gr de cacau
Mistura-se tudo, coloca-se num molde de aluminio ou faz-se um "chouriço" com papel de aluminio.
E o melhor é deixa-lo de um dia para outro no frigorifico, e para ser prefeccionista, uns minutos no congelador antes de servir.

Comer em fatias fininhas e com moderação ! Sejamos civilizados ao menos uma vez na vida !

Estranhamente esta receita faz-me pensar no Julio Isidro lol

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Chiffon de chocolate

A história deste bolo não é muito certa, ou esta receita veio da minha avó Aidinha ou de uma tal de tia não sei quê da parte da minha mãe. Fazemo-lo quando há um dos "grandes" que faz anos, porque é tão fofo e leve que não aguenta grandes decorações em cima. And I love it ! Mas não sei porquê nunca fica como o da minha avó, ou como o da minha mãe. Hei-de fazer um laboratório culinário com uma delas, assim como quem não quer a coisa, acho que me estão a esconder algo ...

300 grs de açúcar
175 grs de farinha
2 colheres de chá de fermento
1/2 chávena de chocolate em pó
1/2 chávena de óleo
3/4 chávena de água quente
7 ovos

Junta-se, numa tigela grande, o açúcar, a farinha e o fermento.
Põe-se a batedeira a bater e junta-se o óleo, o chocolate desfeito na água quente e as gemas. Bate-se tudo durante15 minutos.
Bate-se as claras em castelo e misturam-se à massa, sem bater.
Vai a cozer em forno fraco, numa forma alta
Depois de cozido e frio, recheia-se com o creme.

Para o creme:
1 chávena de açúcar em pó
2 colheres de sopa de manteiga
2 colheres de sopa de chocolate em pó ou cacau
1 ovo inteiro

Bate-se a manteiga com o açúcar muito bem. Depois o chocolate ou o cacau batendo-se sempre e junta-se o ovo inteiro até ligar. Ou então, esqueçam tudo e façam chantilly com chocolate, minhami.

O bolo na foto é baixinho porque só fiz meia receita e o molde é grande, não fiz o creme porque é para ser comido com os babes cá de casa... Mas um dia, faço um "à grande" e venho cá rectificar isto!

PS1 : Chiffon é um tecido, mas em França, normalmente é um pano tipo velho para limpar de tudo... não muito romântico, ah ?!

PS2 : Ao contrario da maioria dos bolos de chocolate, este não é nada enjoativo, deixa-se comer muito facilmente. "C'est fin, ça se mange sans faim", é o bolo de chocolate mais chique e francês que podera sair de um forno digno desse nome.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

O Crumble da Paula


E na série « Eu gosto muito dos meus amigos, especialmente porque me dão a comer”, cá vai o Crumble de Maçãs da minha grande amiga Paula.

E o que há a dizer sobre a Paula ? Tanta coisa ! Podia dizer que ela é gira, que tem tanto de bom feitio, como tem de mau, que não tem pudor em elogiar os amigos (uma das suas melhores caracteristicas), que já me salvou a vida uma vez e que é minha parceira num projecto que está a nascer e que vai mudar o mundo, mas tudo isto seria lamechas e incompleto, por isso, não vou dizer nada disto e vamos passar ao que realmente interessa – o Crumble !


E aqui, cito as palavras da Paula : “Prático, rápido e económino são os adjectivos chave para as minhas experiências culinária. Se passam no teste, são repetidas again and again” Também devia ter dito que ela é esperta ...


E aqui vai mais um copiar-colar (afinal fazer blogs é facil!) :

6 maçãs

2 colheres de sopa de sultanas

60 gr açúcar amarelo

vinho do Porto (retirar para kids)

canela em pó


Descasca e corta as maçãs em barquinhos, coloca os barquinhos num´'pirex' que possa ir ao micro-ondas e ao forno, junta o açúcar e as sultanas, borrifa com vinho do Porto e polvilha com canela ao teu gosto, leva ao micro-ondas 6 a 8 minutos, tudo depende da qualidade das maçãs, mas mexe a meio do tempo, (pões 4 minutos, abres, mexes, vês como estão as maçãs e calculas se precisam de mais 2 ou 4 minutos)


para a crosta:

150 g de farinha

80 g de açúcar

80 g de margarina


Enquanto as maçãs estão no micro-ondas mistura a farinha com o açúcar (podes perfumar com mais uma pitada de canela em pó), junta a margarina cortada em pedaços e com a ponta dos dedos mistura-a até obteres uma areia grossa.


Espalha esta areia sobre as maçãs e leva ao forno apenas até dourar a crosta.


Podes servir morna ou fria, podes acompanhar com gelado de natas ou iogurte natural, podes substituir as maçãs por pêras, ou fruta em calda, já n precisa de ir ao micro-ondas, só tens de a escorrer bem.


Kisses (da Paula para mim, mas eu partilho convosco)



By the way, Paula, esta receita é light, não é ?

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A batata do Mestre

O Nuno Mestre já nasceu Mestre. Não teve de estudar para isso. Ele é como as pescadinhas de rabo na boca, antes de ser já o era. E não é só mestre da culinária, nem mestre da boa companhia. Ele é Mestre em absoluto. O Nuno é Mestre, ponto.

Para além disso, ele faz também parte de um grupo de amigos muito antigo que andava perdido e que se reencontrou (em parte) no ano passado. E ainda bem ! Andamos a comemorar isso há alguns meses. E a última vez foi na casa dos Mestres, sim, porque eles multiplicam-se ...

E foi assim que eu conheci ... a Batata !

Pedi logo a receita e a resposta veio por e-mail. Passo a copiar-colar :

"Primeiro escolhe batatas que sejam médias, nunca muito grandes, depois escava um buraco no topo ( nem muito fundo nem muito raso) de seguida pica 1/2 alho para dentro de cada uma, deita um pouco de oregãos, tempera com azeite e finalmente coloca as batatas no forno o tempo suficiente para que fiquem assadas ( não faças como eu fiz) e pronto."

E num e-mail mais tarde, acrescentou : "Claro que me esqueci de algo muito importante, e sal mulher não te esqueças de pôr sal!"

O que mais haverá a dizer ? Ele é um Mestre, já vos tinha dito.

PS2: A foto seguirá assim que recarregar as pilhas da minha máquina, mas podem ir aquecendo o forno para adiantar serviço. Ide !

sábado, 9 de janeiro de 2010

Julia's Water Cake

Esta receita já vem emprestada de algumas gerações na família e é utilizada de cada vez que há um mínimo(a) que quer "ajudar".

Como estamos na altura da festa dos Reis e já estamos com 3 kgs a mais por causa do Bolo Rei de Portugal e da Galette des Rois francesa, reciclamos o famoso Bolo de água, fazemos uma coroa e colocamos uma fava. Como não temos favas à mãos, fomos buscar uma pedra ao nosso jardim japonês. Agora que penso nisto, este bolo também se poderia chamar Bolo da Pedra, ou Stone Cake... mas não quero ter problemas com a polícia. Legalize it! Legalize it!

Este bolo é tão básico, que estava para só postar uma foto e vocês viam logo como chegar ao fim.

E é tão fácil, tão fácil, que vou mais uma vez telefonar à minha mãe para confirmar que estou a fazer tudo bem. E eis a receita :

Batem-se 3 claras em castelo. E à parte mistura-se 1 chávena de açucar com 3 gemas de ovo, depois junta-se 3 colheres das de sopa de H²O e 1 chávena de farinha. Envolvem-se as claras. Vai 20 min. ao forno a 180°.

Desta vez, foi a Julia (3 anos) que fez, sabe-se logo porque se ouve a cada 2 minutos "posso lamber?" "posso pôr o dedo?" "posso experimentar?" "posso ver se está bom?" Um outro sintoma, também típico, da cozinha da Julia e que é também auditivo : Vamos ouvir crack, crack durante uns 2 ou 3 dias - é o açucar que se espalhou pelo chão todo da casa.

Agora só resta saber quem vai partir os dentes quando encontrar a "fava" stoned.

E porque este blog também é cultural e sociológico e antropológico e mesmo muito rico e interessante, eis a tradição aqui por terras francesas : o mais novo vai para baixo da mesa e diz quem é que fica com a próxima fatia de bolo e é o mais velho que corta. Basicamente isto permite que se escolha a fatia, e é sempre o mais pequeno que milagrosamente ganha. Se ele acredita ainda no Pai Natal, em princípio também engole esta. Quem encontra a fava fica com a coroa e é o rei ou a rainha e pode escolher a sua rainha ou rei. Para um país que cortou a cabeça da Maria Antonieta e de uma boa parte da realeza, esta tradição é no mínimo surpreendente. Ao menos em Portugal pagamos outro bolo. Coisa que, agora que penso, nunca vi cumprido e verificado - "Pois, eu depois pago para o ano ..."

Para quem não estava atento, note-se que neste post eu pensei por 2 vezes.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Camarões à Nacional

A Nacional era uma cervejaria que existia em Lourenço Marques (Maputo) em Moçambique, onde pelos vistos se comiam uns maravilhosos camarões. A minha mãe nunca soube qual era a verdadeira receita, mas de cada vez que lá ía tentava adivinhar.

Este é o seu melhor palpite.
1,5 kg da camarões médios (de preferência de Moçambique)
Abrem-se os camarões nas costas, tiram-se as tripas (blarghh!)

Faz-se uma massa com sal grosso, 4 dentes de alho, piri piri q.b. Tritura-se com a varinha mágica junta-se um fio de óleo para se tornar mais pastosa.
Untam-se os camarões um a um.
Vão ao forno a 200º graus num tabuleiro. Regam-se com um copo (dos de água) de azeite e outro de cerveja branca.
30 minutos depois devem ser atacados imediatamente !